O TEMPO DO FIM
Muitos estudiosos têm buscado nas Escrituras sinais evidentes que marquem efetivamente o tempo da volta de Cristo, o fato é que muitos destes argumentos são apenas especulações infundadas. Grande é a diversidade de pensamentos quanto aos sinais da vinda de Cristo ou mesmo do arrebatamento da igreja, o que procuraremos tratar neste capítulo serão pontos chave que marcam e denunciam o tempo do fim, ou seja, fatos e características que indicam, biblicamente, como estariam à sociedade, a igreja e até o meio político no tempo próximo à vinda do Senhor.
MATEUS 24
Um dos grandes problemas teológicos a respeito dos sinais da vinda de Cristo, se encontra em Mateus 24 e suas passagens paralelas, Marcos 13 e Lucas 21, neste texto os discípulos fazem uma pergunta a Jesus: “Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”. (Mt 24:3), a mesma pergunta é feita em Lucas e Marcos, porém, de maneira diferente: “Mestre, quando sucederá isto? E que sinal haverá de quando estas coisas estiverem para se cumprir?” (Mc 13:4 e Lc 21:7). A diferença na pergunta se dá devido o interesse do autor do evangelho, no caso de Mateus, seu evangelho foi escrito para judeus que conheciam as promessas messiânicas e aguardava ansiosamente seu cumprimento, sendo necessário incluir a parte originalmente feita pelos discípulos a Jesus onde era perguntado quando seria sua volta para inaugurar o reino messiânico, isto também demonstra que os discípulos viam Jesus como o messias esperado. No caso de Marcos e Lucas, seus evangelhos foram escritos para gentios, estes não conheciam as profecias referentes a um reino messiânico, portanto era desnecessário incluir esta parte evitando dúvidas por parte dos futuros leitores, é importante ressaltar que nunca o Espírito Santo deixou de estar no controle da inspiração de todos os textos sagrados, se estas aparentes diferenças existem o Espírito Santo as permitiu.
Os dicípulos fizeram uma pergunta dupla: 1) quando sucederão estas coisas 2) e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século. Alguns escritores entendem que a pergunta foi tripla, dizendo que quando perguntaram que sinal haveria da consumação do século, desvinculavam esta consumação de sua volta, no entanto, a frase não permite isso, pois eles perguntaram de uma forma que demonstra claramente que os discípulos associavam seu retorno ao fim desta era. Existe, também um grande problema em várias traduções com relação “consumação do século”, o caso é que em algumas bíblias encontramos uma tradução mal aplicada de (sinteléias tú aiônos) que é traduzido por “fim do mundo”, sinteléias segundo o dicionário grego de Carey, significa consumação, fim, acabamento, completamento e aiõn (os), significa: ciclo, era, época, eternidade; também pode ser traduzido por mundo, porém, apenas na questão temporal, espaço de tempo. O mundo físico, o planeta, no original grego é (kosmos). Sobre a tradução do termo Strong faz a seguinte o seguinte comentário:
“Freqüentemente traduzem aion (por mundo, dessa forma obscurecendo a distinção entre esta e kosmos). Aion é geralmente melhor traduzida como geração, é o mundo num dado momento, um período particular na história mundial”.
A tradução de fim do mundo não tem apoio do texto original nem do contexto, já que os discípulos aguardavam Jesus para governar a terra como rei, portanto ao perguntarem não se referiam ao término da humanidade, ou a destruição do planeta, mas sim o fim de um tempo, para dar-se início a outro, que no caso era o reino messiânico.
Devido o que Jesus havia dito referente à destruição do templo, veio dúvida, quando isto acontecerá? Diante também de outros ensinos sobre um futuro retorno para reinar e julgar a terra eles perguntaram, que sinal haveria para identificar a destruição do templo como também o seu retorno.
4.1.1- O problema dos sinais
Existe uma grande dificuldade para qualquer que se deter a estudar Mateus 24, pois este capítulo trata de assuntos de acontecimentos breves, mas também de acontecimentos mais distantes, Jesus faz comentário de sua volta a terra e também de juízos vindouros, todos os assuntos se misturam no decorrer do discurso trazendo dificuldade de interpretação. O que nos cabe é buscar a melhor harmonização possível dos textos sem ferir o contexto, numa busca das verdades escatológicas. Existem basicamente três teorias a respeito dos sinais de Mateus 24 1:15, que são:
a) Os sinais apontam apenas para a destruição de Jerusalém
Esta é defendida pelos amilenistas que dizem ser os sinais, a resposta de Jesus a respeito da destruição do templo e da cidade, a qual se cumpriu no ano
70d.C.
Os fatos de Jesus iniciar sua resposta aos discípulos dando-lhes sinais, isso não indica que estes se referiam à destruição do templo, já que a pergunta também era com respeito a sua volta. Também podemos destacar que predições feitas por Jesus não se cumpriram naquele tempo, como, por exemplo,
terremotos em grande escala, guerras mundiais (v.7), e muito menos a pregação do evangelho em todo o mundo vindo após isso o fim (v.14). Portanto é impossível afirmar que os sinais indicam a destruição de Jerusalém.
b) Os sinais apontam para o arrebatamento da igreja, estes vem se cumprindo ao longo dos anos, porém tendo se intensificado nos últimos tempos.
Esta teoria é defendida por uma parte dos pré-milenistas, estes acreditam que os sinais estão ligados diretamente ao arrebatamento.
Esta possibilidade é grande, porém, tem alguns problemas já que, 1 Segundo Jesus não haveria sinais diretos e específicos que marcariam o arrebatamento da igreja (Mt 24:36-44), 2 O texto de Mt 24:3-15 não é especifico e trata de um longo período de tempo, temos ainda o versículo 14 e 15 que se referem diretamente ao período tribulacional, seguido pela volta visível de Cristo.
c) Não existem sinais diretos para marcar o arrebatamento, estes sinais descritos em Mateus acontecerão após o arrebatamento marcando o retorno glorioso de Cristo e o fim da grande tribulação.
Uma parcela dos pré-milenistas pré- tribulacionistas, pensam desta forma. O Dr. Ryrie, comentarista da Bíblia Anotada, é um dos grandes defensores da teoria.
De todas estas parece ser a mais lógica, o que não quer dizer que seja a correta. Ryrie faz um paralelo entre os sinais de Mateus e os quatro primeiros selos de apocalipse no qual encontramos certa harmonia entre os eventos descritos em Mateus com os descritos em Apocalipse. A teoria apresenta os sinais como ligados ao retorno visível de Cristo, não permitindo que haja sinais diretos ao arrebatamento, e isto tem fundamento bíblico.
Os selos de Ap 6: 1-7 Os sinais de Mateus 24
V.(4) E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada.
V.(5) Então, vi, e eis um
cavalo preto e o seu
cavaleiro com uma balança
na mão.(...) Uma medida de
trigo por um denário; três
medidas de cevada por um
denário;
V.(8) E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro,
sendo este chamado Morte; Cristo, e enganarão a muitos.
V.(6) E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras;
V.(7) Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares;
V.(9) Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.
A fim de completar este raciocínio podemos utilizar o quinto selo que fala dos mártires do período tribulacional, em especial o v.9, comparando-o a predição de Cristo onde se refere a morte de seus discípulos por causa de seu nome (Mt 24:9-10). Também se pode utilizar o sexto selo onde são vistos sinais no céu (v.12-14) e compará-los a Lucas 21:25. O Sétimo selo, que marca o inicio da segunda metade da grande tribulação onde se inicia o período de maior terror sobre Israel, como também a investida da Besta sobre a nação, entra em harmonia com o cerco de Jerusalém profetizado na passagem de dupla referencia de Mt 24:15-21, que também se refere ao inicio desta segunda fase.
É importante ressaltar que independente destes sinais não estarem ligados diretamente ao arrebatamento sua preparação pode servir de indicador para demonstrar a sua proximidade, é como Jesus disse em Mt 24: 31-32.
Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas.
4.2- OS SINAIS DO TEMPO DO FIM
Independente dos sinais de Mateus serem ou não indicadores do arrebatamento temos outros sinais nas Escrituras que apontam para o tempo do fim, muito mais que identificar a proximidade da volta de Jesus, revelam aspectos sociais, morais e religiosos que aconteceriam justamente no tempo em que o Senhor voltaria. Buscaremos nas epístolas referencias de como estaria à igreja e mundo no tempo de sua manifestação. É certo que estes sinais não estão apenas no tempo do fim, mas sim por todo o decorrer da história da igreja, o que os escritores queriam deixar claro é que no fim dos tempos estes sinais se tornariam evidentes e corriqueiros.
4.2.1- Apostasia
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé” (ITm 4:1).
O apóstolo Paulo é enfático ao dizer isto, o fato é que o inicio do cristianismo foi marcado por alguns movimentos locais que traziam variações ao cristianismo recém inaugurado. As comunidades cristãs que se formavam eram lideradas muitas vezes por pessoas que tinham um conhecimento muito limitado a respeito de Cristo, não havia a palavra escrita, portanto muito do que se dizia não era bem verdade. No entanto o que Paulo quer dizer a Timóteo é referente aos últimos tempos, é claro que Timóteo não necessitava desta advertência, isto porque ela era para o tempo do fim, ou melhor, para a igreja que viveria esta época.
A tradução de apostasia no grego é, revolta, rebelião, afastamento doutrinário e religioso. Podemos dizer que no sentido de fé significa o desvio ou afastamento de um propósito definido, que é o de servir a Deus, podemos encarar o apóstata com desertor da fé. A palavra traduzida por divórcio no grego é uma palavra derivada de apostasia, daí então, da para nos termos uma idéia mais clara do que é apostatar da fé, é divorciar-se de Deus.
Esse grande mal que assola o meio cristão tem se desenvolvido rapidamente. A igreja de Laodicéia (Ap 3:14-22) que é uma representação da igreja atual traz consigo a evidente marca da apostasia espiritual, “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!”.
4.2.2- A generalização de desvios doutrinários
“Por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que tem cauterizada à própria consciência”
Paulo dá o motivo da apostasia: os desvios doutrinários. Hoje o estado de frieza e indiferentismo toma conta das igrejas que se torna a cada dia mais politizado e menos espiritual, mais humanista e menos cristocêntricas. O uso de filosofias e práticas espíritas, a criação de doutrinas que giram em torno da prosperidade plena, ensinos sobre a obrigatoriedade de Deus abençoar seus servos etc., formam o novo quadro teológico de muitas igrejas, a verdade é que virou um bom negócio. Todo esse desvio doutrinário vem criando uma geração de cristãos puramente místicos, avessos à sã doutrina. Nunca a igreja de Jesus Cristo esteve numa situação como a atual, onde se perdeu o padrão bíblico para o cristão, isto se torna uma evidencia marcante, pois o apostolo diz que nos últimos tempos a igreja estaria como está hoje.
4.2.3- Degradação moral generalizada
Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus (IITm 3:1-4)
Este texto da epístola a Timóteo tem uma relação muito estreita com Rm 1:28-32 onde o contexto fala da condição pecaminosa em que se encontra a
humanidade, também no texto acima a questão é: como estará a condição moral no fim dos tempos? Paulo responde a pergunta de maneira completa e dura, referindo-se a este tempo como “tempos difíceis”. Não é preciso entrar em detalhes para termos a certeza de estarmos vivendo um tempo final, como o descrito por Paulo. O discurso do apóstolo quando analisado no texto original parece trazer uma seqüência de atitudes que vão causando uma progressão negativa na moral da humanidade, ou seja, uma atitude que desencadeia outras.
Paulo começa com a base de toda a degradação moral, o amor a si mesmo e o amor ao dinheiro. Em muitas Bíblias nos encontramos a tradução; egoístas e avarentos ou egoístas e gananciosos, porém Paulo é mais claro que as traduções parecem apresentar, pois o que ele quer dizer é que os homens serão amantes do ego e amantes de dinheiro como encontrado apenas na versão em inglês. O que segue são conseqüências do egoísmo e da ganância.
Traduzindo o texto de uma maneira mais clara, ficaria assim:
“Saiba disto, nos últimos tempos virão tempos difíceis, pois os homens amarão a si próprio e amarão ao dinheiro, terão um coração vaidoso, arrogantes, falarão mentiras contra Deus, desobedientes a pais e mães, ingratos, não cumpridores da religião, terão um coração duro e frio, serão difíceis de entrar em acordo pois não honrarão sua palavra, falarão mentiras contra os outros, sem domínio de seus sentimentos e ações, selvagens, sem amor para com os bons, traidores, agirão sem pensar, orgulhosos, amarão os prazeres da carne mais do que a Deus”.
Muitos estudiosos têm buscado nas Escrituras sinais evidentes que marquem efetivamente o tempo da volta de Cristo, o fato é que muitos destes argumentos são apenas especulações infundadas. Grande é a diversidade de pensamentos quanto aos sinais da vinda de Cristo ou mesmo do arrebatamento da igreja, o que procuraremos tratar neste capítulo serão pontos chave que marcam e denunciam o tempo do fim, ou seja, fatos e características que indicam, biblicamente, como estariam à sociedade, a igreja e até o meio político no tempo próximo à vinda do Senhor.
MATEUS 24
Um dos grandes problemas teológicos a respeito dos sinais da vinda de Cristo, se encontra em Mateus 24 e suas passagens paralelas, Marcos 13 e Lucas 21, neste texto os discípulos fazem uma pergunta a Jesus: “Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”. (Mt 24:3), a mesma pergunta é feita em Lucas e Marcos, porém, de maneira diferente: “Mestre, quando sucederá isto? E que sinal haverá de quando estas coisas estiverem para se cumprir?” (Mc 13:4 e Lc 21:7). A diferença na pergunta se dá devido o interesse do autor do evangelho, no caso de Mateus, seu evangelho foi escrito para judeus que conheciam as promessas messiânicas e aguardava ansiosamente seu cumprimento, sendo necessário incluir a parte originalmente feita pelos discípulos a Jesus onde era perguntado quando seria sua volta para inaugurar o reino messiânico, isto também demonstra que os discípulos viam Jesus como o messias esperado. No caso de Marcos e Lucas, seus evangelhos foram escritos para gentios, estes não conheciam as profecias referentes a um reino messiânico, portanto era desnecessário incluir esta parte evitando dúvidas por parte dos futuros leitores, é importante ressaltar que nunca o Espírito Santo deixou de estar no controle da inspiração de todos os textos sagrados, se estas aparentes diferenças existem o Espírito Santo as permitiu.
Os dicípulos fizeram uma pergunta dupla: 1) quando sucederão estas coisas 2) e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século. Alguns escritores entendem que a pergunta foi tripla, dizendo que quando perguntaram que sinal haveria da consumação do século, desvinculavam esta consumação de sua volta, no entanto, a frase não permite isso, pois eles perguntaram de uma forma que demonstra claramente que os discípulos associavam seu retorno ao fim desta era. Existe, também um grande problema em várias traduções com relação “consumação do século”, o caso é que em algumas bíblias encontramos uma tradução mal aplicada de (sinteléias tú aiônos) que é traduzido por “fim do mundo”, sinteléias segundo o dicionário grego de Carey, significa consumação, fim, acabamento, completamento e aiõn (os), significa: ciclo, era, época, eternidade; também pode ser traduzido por mundo, porém, apenas na questão temporal, espaço de tempo. O mundo físico, o planeta, no original grego é (kosmos). Sobre a tradução do termo Strong faz a seguinte o seguinte comentário:
“Freqüentemente traduzem aion (por mundo, dessa forma obscurecendo a distinção entre esta e kosmos). Aion é geralmente melhor traduzida como geração, é o mundo num dado momento, um período particular na história mundial”.
A tradução de fim do mundo não tem apoio do texto original nem do contexto, já que os discípulos aguardavam Jesus para governar a terra como rei, portanto ao perguntarem não se referiam ao término da humanidade, ou a destruição do planeta, mas sim o fim de um tempo, para dar-se início a outro, que no caso era o reino messiânico.
Devido o que Jesus havia dito referente à destruição do templo, veio dúvida, quando isto acontecerá? Diante também de outros ensinos sobre um futuro retorno para reinar e julgar a terra eles perguntaram, que sinal haveria para identificar a destruição do templo como também o seu retorno.
4.1.1- O problema dos sinais
Existe uma grande dificuldade para qualquer que se deter a estudar Mateus 24, pois este capítulo trata de assuntos de acontecimentos breves, mas também de acontecimentos mais distantes, Jesus faz comentário de sua volta a terra e também de juízos vindouros, todos os assuntos se misturam no decorrer do discurso trazendo dificuldade de interpretação. O que nos cabe é buscar a melhor harmonização possível dos textos sem ferir o contexto, numa busca das verdades escatológicas. Existem basicamente três teorias a respeito dos sinais de Mateus 24 1:15, que são:
a) Os sinais apontam apenas para a destruição de Jerusalém
Esta é defendida pelos amilenistas que dizem ser os sinais, a resposta de Jesus a respeito da destruição do templo e da cidade, a qual se cumpriu no ano
70d.C.
Os fatos de Jesus iniciar sua resposta aos discípulos dando-lhes sinais, isso não indica que estes se referiam à destruição do templo, já que a pergunta também era com respeito a sua volta. Também podemos destacar que predições feitas por Jesus não se cumpriram naquele tempo, como, por exemplo,
terremotos em grande escala, guerras mundiais (v.7), e muito menos a pregação do evangelho em todo o mundo vindo após isso o fim (v.14). Portanto é impossível afirmar que os sinais indicam a destruição de Jerusalém.
b) Os sinais apontam para o arrebatamento da igreja, estes vem se cumprindo ao longo dos anos, porém tendo se intensificado nos últimos tempos.
Esta teoria é defendida por uma parte dos pré-milenistas, estes acreditam que os sinais estão ligados diretamente ao arrebatamento.
Esta possibilidade é grande, porém, tem alguns problemas já que, 1 Segundo Jesus não haveria sinais diretos e específicos que marcariam o arrebatamento da igreja (Mt 24:36-44), 2 O texto de Mt 24:3-15 não é especifico e trata de um longo período de tempo, temos ainda o versículo 14 e 15 que se referem diretamente ao período tribulacional, seguido pela volta visível de Cristo.
c) Não existem sinais diretos para marcar o arrebatamento, estes sinais descritos em Mateus acontecerão após o arrebatamento marcando o retorno glorioso de Cristo e o fim da grande tribulação.
Uma parcela dos pré-milenistas pré- tribulacionistas, pensam desta forma. O Dr. Ryrie, comentarista da Bíblia Anotada, é um dos grandes defensores da teoria.
De todas estas parece ser a mais lógica, o que não quer dizer que seja a correta. Ryrie faz um paralelo entre os sinais de Mateus e os quatro primeiros selos de apocalipse no qual encontramos certa harmonia entre os eventos descritos em Mateus com os descritos em Apocalipse. A teoria apresenta os sinais como ligados ao retorno visível de Cristo, não permitindo que haja sinais diretos ao arrebatamento, e isto tem fundamento bíblico.
Os selos de Ap 6: 1-7 Os sinais de Mateus 24
V.(4) E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada.
V.(5) Então, vi, e eis um
cavalo preto e o seu
cavaleiro com uma balança
na mão.(...) Uma medida de
trigo por um denário; três
medidas de cevada por um
denário;
V.(8) E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro,
sendo este chamado Morte; Cristo, e enganarão a muitos.
V.(6) E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras;
V.(7) Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares;
V.(9) Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.
A fim de completar este raciocínio podemos utilizar o quinto selo que fala dos mártires do período tribulacional, em especial o v.9, comparando-o a predição de Cristo onde se refere a morte de seus discípulos por causa de seu nome (Mt 24:9-10). Também se pode utilizar o sexto selo onde são vistos sinais no céu (v.12-14) e compará-los a Lucas 21:25. O Sétimo selo, que marca o inicio da segunda metade da grande tribulação onde se inicia o período de maior terror sobre Israel, como também a investida da Besta sobre a nação, entra em harmonia com o cerco de Jerusalém profetizado na passagem de dupla referencia de Mt 24:15-21, que também se refere ao inicio desta segunda fase.
É importante ressaltar que independente destes sinais não estarem ligados diretamente ao arrebatamento sua preparação pode servir de indicador para demonstrar a sua proximidade, é como Jesus disse em Mt 24: 31-32.
Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas.
4.2- OS SINAIS DO TEMPO DO FIM
Independente dos sinais de Mateus serem ou não indicadores do arrebatamento temos outros sinais nas Escrituras que apontam para o tempo do fim, muito mais que identificar a proximidade da volta de Jesus, revelam aspectos sociais, morais e religiosos que aconteceriam justamente no tempo em que o Senhor voltaria. Buscaremos nas epístolas referencias de como estaria à igreja e mundo no tempo de sua manifestação. É certo que estes sinais não estão apenas no tempo do fim, mas sim por todo o decorrer da história da igreja, o que os escritores queriam deixar claro é que no fim dos tempos estes sinais se tornariam evidentes e corriqueiros.
4.2.1- Apostasia
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé” (ITm 4:1).
O apóstolo Paulo é enfático ao dizer isto, o fato é que o inicio do cristianismo foi marcado por alguns movimentos locais que traziam variações ao cristianismo recém inaugurado. As comunidades cristãs que se formavam eram lideradas muitas vezes por pessoas que tinham um conhecimento muito limitado a respeito de Cristo, não havia a palavra escrita, portanto muito do que se dizia não era bem verdade. No entanto o que Paulo quer dizer a Timóteo é referente aos últimos tempos, é claro que Timóteo não necessitava desta advertência, isto porque ela era para o tempo do fim, ou melhor, para a igreja que viveria esta época.
A tradução de apostasia no grego é, revolta, rebelião, afastamento doutrinário e religioso. Podemos dizer que no sentido de fé significa o desvio ou afastamento de um propósito definido, que é o de servir a Deus, podemos encarar o apóstata com desertor da fé. A palavra traduzida por divórcio no grego é uma palavra derivada de apostasia, daí então, da para nos termos uma idéia mais clara do que é apostatar da fé, é divorciar-se de Deus.
Esse grande mal que assola o meio cristão tem se desenvolvido rapidamente. A igreja de Laodicéia (Ap 3:14-22) que é uma representação da igreja atual traz consigo a evidente marca da apostasia espiritual, “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!”.
4.2.2- A generalização de desvios doutrinários
“Por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que tem cauterizada à própria consciência”
Paulo dá o motivo da apostasia: os desvios doutrinários. Hoje o estado de frieza e indiferentismo toma conta das igrejas que se torna a cada dia mais politizado e menos espiritual, mais humanista e menos cristocêntricas. O uso de filosofias e práticas espíritas, a criação de doutrinas que giram em torno da prosperidade plena, ensinos sobre a obrigatoriedade de Deus abençoar seus servos etc., formam o novo quadro teológico de muitas igrejas, a verdade é que virou um bom negócio. Todo esse desvio doutrinário vem criando uma geração de cristãos puramente místicos, avessos à sã doutrina. Nunca a igreja de Jesus Cristo esteve numa situação como a atual, onde se perdeu o padrão bíblico para o cristão, isto se torna uma evidencia marcante, pois o apostolo diz que nos últimos tempos a igreja estaria como está hoje.
4.2.3- Degradação moral generalizada
Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus (IITm 3:1-4)
Este texto da epístola a Timóteo tem uma relação muito estreita com Rm 1:28-32 onde o contexto fala da condição pecaminosa em que se encontra a
humanidade, também no texto acima a questão é: como estará a condição moral no fim dos tempos? Paulo responde a pergunta de maneira completa e dura, referindo-se a este tempo como “tempos difíceis”. Não é preciso entrar em detalhes para termos a certeza de estarmos vivendo um tempo final, como o descrito por Paulo. O discurso do apóstolo quando analisado no texto original parece trazer uma seqüência de atitudes que vão causando uma progressão negativa na moral da humanidade, ou seja, uma atitude que desencadeia outras.
Paulo começa com a base de toda a degradação moral, o amor a si mesmo e o amor ao dinheiro. Em muitas Bíblias nos encontramos a tradução; egoístas e avarentos ou egoístas e gananciosos, porém Paulo é mais claro que as traduções parecem apresentar, pois o que ele quer dizer é que os homens serão amantes do ego e amantes de dinheiro como encontrado apenas na versão em inglês. O que segue são conseqüências do egoísmo e da ganância.
Traduzindo o texto de uma maneira mais clara, ficaria assim:
“Saiba disto, nos últimos tempos virão tempos difíceis, pois os homens amarão a si próprio e amarão ao dinheiro, terão um coração vaidoso, arrogantes, falarão mentiras contra Deus, desobedientes a pais e mães, ingratos, não cumpridores da religião, terão um coração duro e frio, serão difíceis de entrar em acordo pois não honrarão sua palavra, falarão mentiras contra os outros, sem domínio de seus sentimentos e ações, selvagens, sem amor para com os bons, traidores, agirão sem pensar, orgulhosos, amarão os prazeres da carne mais do que a Deus”.